Xenofobia: polêmica do BBB 21 pode ajudar no repertório de redação

Estudar para o vestibular de medicina combina com Big Brother Brasil 2021? No curso Prime, em Londrina, nós temos certeza que até mesmo os reality shows podem gerar debates que vão ajudar a criar repertório para a prova de conhecimentos gerais e para uma excelente redação em concursos importantes como UEL, UFPR e ENEM. Uma das polêmicas atuais do BBB 21 é sobre xenofobia. Você acompanhou o debate?

A paraibana Juliette Freire acusou os outros confinados de a tratarem de forma diferente simplesmente porque ela é nordestina. A sister reclamou que os colegas satirizam seu sotaque e o imitam. Expressou insatisfação, ainda, quando a polêmica rapper Karol Conká afirmou que seria mais reservada que Juliette por ser de Curitiba, insinuando que os sulistas são mais “educados” que o povo do Nordeste. 

O que de fato aconteceu pode ser apenas especulação, mas o que interessa a você que está se preparando para vestibulares de alto desempenho, como medicina, é entender o conceito de xenofobia e incorporá-lo ao seu repertório. Afinal, até mesmo o BBB pode ser citado em uma redação, desde que você entenda os conceitos por trás da polêmica. 

O que é xenofobia?

Xenofobia é o termo que define o medo ou rejeição ao estrangeiro. Esse tipo de preconceito em geral se manifesta contra quem nasceu em lugar diferente do seu. Muitas vezes, a xenofobia é expressa por comportamentos racistas e de intolerância religiosa. No mundo contemporâneo, marcado pelo intenso deslocamento de migrantes e refugiados, debater a xenofobia para combatê-la torna-se cada vez mais necessário.

Como identificar xenofobia?

A xenofobia pode ocorrer pela fala, por meio de ofensas diretas por causa da origem do interlocutor, ou de forma indireta, por ações que expressam seu descontentamento ou desprezo pela cultura do outro. 

Na história, um dos episódios mais sangrentos de xenofobia foi a perseguição aos judeus pelo regime nazista da Alemanha. Mas aqui mesmo, no Brasil, não é difícil se deparar com situações xenofóbicas como, por exemplo, quando pacientes de postos de saúde se recusaram a receber atendimento de médicos cubanos. 

Houve xenofobia no BBB 21?

No contexto do Big Brother Brasil, o conceito de xenofobia foi usado para explicar o preconceito referente ao lugar de nascimento de Juliette, a Paraíba. Não se refere, portanto, ao preconceito contra estrangeiros, mas foi adaptado para explicar o acontecimento na “casa” do BBB.

O fato abre discussão, também, sobre o chamado preconceito linguístico, quando julgamos de forma negativa as variedades linguísticas de menor prestígio social.

O preconceito do Sul e do Sudeste em relação ao Nordeste não é novidade e ganhou força na segunda metade do século 20, quando houve um processo de migração intenso provocado pela urbanização do país. 

Muitos migrantes nordestinos que chegaram ao Sudeste em busca de oportunidades acabaram realizando trabalhos mais braçais, associados à pobreza, à miséria e, consequentemente, a pessoas sem  “sem educação” e “sem cultura”. Talvez esteja aí a origem de tanto preconceito. Não por acaso, durante muito tempo, “baiano” era um adjetivo usado no sudeste para se referir a algo “cafona” ou “brega”.

Outra questão é que a maioria dos migrantes era formada por “não brancos”, em contraste com a população de identidade “europeia” do Sudeste e do Sul, o que dá margem, também, para pensarmos em racismo.

Por fim, a própria mídia colabora no reforço de estereótipos. Além de retratar o sotaque do sudeste como “normal”, em detrimento a outras formas de se expressar, pense em como os nordestinos são retratados em novelas, filmes, séries e outros meios de entretenimento: geralmente, são os mais pobres, que ocupam profissões desvalorizadas e têm pouco acesso à cultura e à educação. Além disso, seu jeito de falar e de se expressar é comumente associado a contextos engraçados e irônicos, enquanto o sotaque carioca ou paulistano, por exemplo, é associado a falas com muito mais autoridade. 

E como mudar essa situação?

A primeira dica é: saia do seu lugar de privilégio e tente aprender mais sobre os hábitos, costumes e a cultura de outras regiões. Conheça músicos, escritores e outros artistas que trazem diversidade para sua vida e aprenda mais com eles. Amplie seu cardápio e prove comidas de outros lugares, assista filmes e séries que retratem o Brasil de forma respeitosa e diversa. 

E para finalizar: de acordo com o Código Penal Brasileiro, qualquer tipo de preconceito pode ser enquadrado como crime desde que tenha características de injúria. O racismo, inclusive, tem uma tipificação específica na lei brasileira, lembre-se disso!

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